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Por que os explorados votam na direita?


Os explorados frequentemente votam na direita devido ao papel crucial da superestrutura na formação de suas percepções, valores e ideologias. Em uma análise marxista, a superestrutura abrange todas as instituições e ideias que moldam a consciência social, como a educação, a mídia, a religião, as leis e a cultura. Controlada pela classe dominante, essa estrutura é usada para criar e difundir uma ideologia que justifica a exploração e perpetua o sistema capitalista, naturalizando-o como o único modelo viável e afastando a ideia de alternativas sociais ou políticas, especialmente de esquerda.

A ideologia dominante, promovida pela superestrutura, coloca o sistema atual como "natural" e "inevitável". A classe dominante utiliza a mídia, o sistema educacional e outras instituições para transmitir valores como o individualismo e a meritocracia, afastando o foco das soluções coletivas e revolucionárias. A direita é apresentada como a opção política capaz de "manter a ordem", enquanto a esquerda é rotulada como geradora de instabilidade e desordem. Isso é reforçado pela propaganda e pela manipulação do medo: a mídia frequentemente vincula a esquerda a cenários de insegurança e desestruturação econômica, promovendo a direita como a força estabilizadora. Esse medo mantém a classe trabalhadora desmobilizada e a faz buscar segurança na escolha de candidatos conservadores.

A falta de uma educação crítica é outra peça importante da superestrutura que limita a capacidade de reflexão sobre o sistema capitalista e suas contradições. A ausência de formação política que explore criticamente as relações de classe e as alternativas socialistas reduz as ferramentas intelectuais que permitiriam ao trabalhador reconhecer sua exploração e entender as propostas de esquerda. Assim, fica mais difícil questionar o sistema vigente e enxergar alternativas ao capitalismo.

Além disso, a superestrutura usa valores tradicionais para manipular a consciência dos trabalhadores, estabelecendo o nacionalismo, o conservadorismo moral e a religiosidade como barreiras ideológicas contra a esquerda. Movimentos de direita manipulam esses temas, distorcendo propostas progressistas e anticapitalistas, associando-as a uma ameaça contra os "valores tradicionais" da sociedade. Esse apelo à tradição e aos valores culturais atua como uma âncora emocional e ideológica que reforça o apoio à direita, mesmo entre aqueles que são explorados pelo sistema.

Ainda há o processo de alienação. A superestrutura capitalista aliena os trabalhadores, ou seja, os desconecta de suas próprias condições de vida e exploração, gerando uma sensação de isolamento e de impossibilidade de transformação social. Em vez de buscar alternativas coletivas e revolucionárias, muitos trabalhadores, alienados de sua classe, acreditam na promessa de ascensão individual oferecida pela direita, um "caminho" que parece mais tangível dentro da lógica capitalista. Dessa forma, eles veem a direita como um meio para resolver problemas imediatos, sem perceber que as verdadeiras causas de sua exploração permanecem intocadas.

Assim, a superestrutura – na sua função de reforço das ideias e valores dominantes – contribui para que muitos trabalhadores explorem o direito ao voto em favor de candidatos da direita, consolidando o poder das classes dominantes e perpetuando o sistema de exploração, mesmo contra os próprios interesses da classe trabalhadora.






























































































































































































































































































































O Suicídio Entre adolescentes e jovens: Análise Sociológica de Durkheim a Marx e Reflexões Contemporâneas





  Análise Sociológica de Durkheim a Marx e Reflexões Contemporâneas

O suicídio, especialmente entre jovens e adolescentes, é um fenômeno social de extrema gravidade que tem atraído a atenção de sociólogos e estudiosos desde o século XIX. A partir das contribuições de Émile Durkheim, que estabeleceu as bases da sociologia moderna, até as críticas de Karl Marx ao capitalismo, podemos observar diferentes interpretações sobre os fatores que levam ao ato do suicídio.

Durkheim, em sua obra O Suicídio, argumenta que o suicídio não pode ser compreendido apenas como um fenômeno individual, mas deve ser visto dentro de um contexto social. Ele categoriza o suicídio em tipos, sendo um deles o suicídio anômico, que ocorre em situações onde a sociedade passa por crises ou mudanças rápidas, deixando os indivíduos desorientados e sem normas claras para seguir . Para Durkheim, o enfraquecimento dos laços sociais e a perda de coesão social são fatores cruciais que podem levar ao aumento das taxas de suicídio.

Por outro lado, Karl Marx, apesar de não ter tratado diretamente do suicídio em seus textos, fornece uma base teórica importante para compreender como as dinâmicas de exploração e alienação no capitalismo podem levar ao desespero e, em alguns casos, ao suicídio. Marx argumenta que o sistema capitalista aliena o trabalhador de sua própria essência, de seu trabalho e de seus semelhantes. Essa alienação pode gerar sentimentos de vazio existencial, que, em situações extremas, levam ao suicídio. A sociedade capitalista, com sua estrutura baseada na competição e no individualismo, fomenta esse isolamento, enquanto em uma sociedade socialista, onde os indivíduos são livres da exploração, esses fatores seriam mitigados .

O Crescimento do Suicídio Entre Jovens e Adolescentes em São Paulo

Na cidade de São Paulo, o aumento das taxas de suicídio entre jovens é alarmante. De acordo com dados recentes, houve um crescimento de 40% nas taxas de suicídio entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos​

. Esses números refletem uma realidade nacional e indicam que as pressões sociais e econômicas, agravadas pela falta de perspectivas de futuro, estão afetando profundamente a saúde mental dessa faixa etária.

Diversos fatores contribuem para esse aumento, entre eles o isolamento social, a pressão por desempenho escolar e o impacto das redes sociais, que muitas vezes reforçam sentimentos de inadequação e baixa autoestima. Especialistas alertam que, embora a saúde mental seja um fator importante, é errado pensar que todos os casos de suicídio estão ligados exclusivamente a doenças mentais. O contexto social mais amplo, caracterizado por desigualdades e falta de apoio, desempenha um papel significativo​

.

A pandemia de Covid-19, que exacerbou o isolamento e trouxe incertezas quanto ao futuro, também não ajudou a melhorar esse cenário. O impacto dessas crises sócio-sanitárias sobre a juventude destaca a necessidade urgente de políticas públicas focadas em saúde mental, que priorizem a prevenção e o tratamento de transtornos psicológicos.

Repensando a Competição e o Suicídio em Sociedades Capitalistas

Para abordar efetivamente o problema do suicídio, é necessário repensar os valores que orientam nossas sociedades. O capitalismo incentiva uma competição constante que vai além do campo esportivo. Desde a infância, os jovens são submetidos à lógica competitiva por notas, empregos e reconhecimento social. Essa competição muitas vezes gera ansiedade, estresse e, em casos extremos, o suicídio. A cultura capitalista transforma o fracasso individual em uma falha pessoal, e não em uma consequência de um sistema que gera exclusão e desigualdade.

Marx e Engels, em suas análises sobre o capitalismo, argumentam que esse sistema cria uma alienação que desumaniza o trabalhador. No capitalismo, os indivíduos são forçados a competir incessantemente, o que resulta em um esgotamento emocional e em uma falta de pertencimento. Em contraste, o socialismo científico propõe uma sociedade onde a competição entre indivíduos é substituída pela cooperação e a busca pelo bem comum. No socialismo, a exploração do homem pelo homem desaparece, e a base da sociedade é a igualdade de direitos e deveres entre todos os cidadãos .

Uma sociedade socialista, como defendida por Marx e Engels, elimina as pressões impostas pela competição capitalista, oferecendo um ambiente onde cada indivíduo pode se realizar plenamente sem a constante ameaça da exclusão social. Ao remover os fatores que levam à alienação e ao desespero, o socialismo tem o potencial de reduzir drasticamente as taxas de suicídio.

Conclusão

O suicídio, especialmente entre jovens, é uma questão que precisa ser abordada de maneira estrutural. Os valores capitalistas de competição e individualismo exacerbado contribuem significativamente para a criação de um ambiente que leva muitos jovens ao desespero. No entanto, um modelo de sociedade baseado na cooperação e igualdade, como proposto pelo socialismo científico, pode não apenas salvar vidas, mas também promover uma sociedade mais justa e humana, onde todos tenham a oportunidade de viver com dignidade e propósito.

Referências:

  • DURKHEIM, Émile. O Suicídio. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
  • MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 2010.
  • Jornal da USP. Cresce em 40% o número de suicídios entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. 2019​ 
  • Jorna da USP
    .
  • Ministério da Saúde. Mapa da Violência: Análise sobre o Suicídio no Brasil. 2022

A Necessidade de uma Organização Marxista-Leninista no Brasil

O Partido Revolucionário no Brasil: A Necessidade de uma Organização Marxista-Leninista

No Brasil atual, os partidos de esquerda não estão suficientemente enraizados no seio do proletariado. Em vez disso, suas pautas muitas vezes giram em torno de lutas individuais que, embora justas, não conseguem unir as massas para uma transformação social real. É crucial que se entenda a importância de uma organização marxista-leninista atuando junto ao povo, diferente da chamada “esquerda de gabinete”.

A esquerda hoje tende a fragmentar a luta social, focando em questões específicas que, apesar de necessárias, desviam a atenção da luta de classes. A ausência de uma direção revolucionária clara no meio do proletariado enfraquece o movimento, transformando-o em algo isolado e disperso.

Para mudar essa realidade, é necessário que os revolucionários retomem a organização marxista-leninista, que busca uma transformação estrutural centrada nas demandas da classe trabalhadora como um todo. Essa organização deve se enraizar nas fábricas, bairros e no cotidiano da população, promovendo a conscientização de classe e unindo as lutas sob uma perspectiva coletiva.

Além disso, é preciso combater a "esquerda de gabinete", desconectada das realidades do povo e restrita a espaços acadêmicos ou formais. A verdadeira luta revolucionária deve ocorrer nas ruas e no dia a dia, visando a construção de um movimento que realmente desafie as estruturas de poder do capitalismo.

A criação de um partido revolucionário, que atue diretamente junto à classe trabalhadora, é urgente. A verdadeira transformação social só será alcançada por meio da unidade e da luta coletiva, onde o povo seja protagonista de sua própria história.

A Contaminação da Esquerda pelo Capitalismo

 







Humanismo e Liberalismo: A Ganância da Burguesia e a Venda à Causa do Opressor na Militância Paga e Não Paga da Esquerda Brasileira

Introdução

A militância política é um pilar fundamental da luta social e dos movimentos por justiça e igualdade. No contexto da esquerda brasileira, a militância tem sido historicamente movida pela paixão e pelo compromisso com causas maiores. Contudo, a realidade contemporânea apresenta desafios que exigem uma reflexão crítica sobre a natureza e a prática da militância, especialmente no que se refere à profissionalização e à remuneração dos militantes. Este fenômeno pode ser visto como um reflexo das dinâmicas do neoliberalismo, onde a ganância se torna um princípio orientador, levando a uma venda da causa do oprimido em favor da lógica do opressor.

Objetivo da Política

Este artigo tem como objetivo analisar e estabelecer diretrizes para a militância na esquerda brasileira, levando em conta o papel da militância paga e suas implicações éticas, sociais e políticas. O foco está em promover uma reflexão profunda sobre a militância autêntica, a necessidade de manter os valores de compromisso e dedicação que caracterizaram as lutas do passado, e o risco de se participar de um jogo político do opressor de direita.

Partidos socialistas frequentemente veem o parlamento burguês como um espaço que corrompe o militante, desvirtuando suas intenções e distanciando-o das lutas populares.

Contexto Histórico

Historicamente, a militância na esquerda brasileira era marcada pela dedicação incondicional à causa. Militantes arriscavam suas vidas, confrontando regimes autoritários e lutando contra a opressão, defendendo os direitos dos marginalizados. Figuras como Carlos Marighella e Luiz Carlos Prestes simbolizam uma era em que a luta era motivada por ideais de liberdade, justiça social e igualdade. As gerações passadas mostraram que a militância eficaz não se mediava em termos financeiros, mas sim em sacrifício pessoal e relação com a comunidade. Esse espírito de entrega foi fundamental para conquistas sociais significativas, como a redemocratização do Brasil e a promoção dos direitos humanos (LIMA, 2019; SILVA, 2020).

Contudo, no cenário atual, muitos militantes se veem seduzidos por um liberalismo que promete recompensas financeiras imediatas, resultando em uma participação que se afasta das verdadeiras causas sociais. O neoliberalismo, ao priorizar o individualismo e a lógica do mercado, faz com que alguns militantes vendam suas convicções, alinhando-se à burguesia e ao opressor, em detrimento das lutas históricas da classe trabalhadora. Embora a militância possa acreditar na luta não institucional, ela ainda participa da esfera institucional como um fórum de denúncias. Isso ocorre porque candidatos de partidos revolucionários geralmente não conseguem se eleger na democracia burguesa; e quando um deles consegue esse feito, rapidamente é cooptado para servir aos interesses das classes dominantes.

Crítica à Militância Paga

A presença de militantes pagos levanta questões cruciais que merecem ser discutidas:

·       Autenticidade da Luta: A profissionalização da militância pode gerar distanciamento entre o militante e as causas que defende. A certeza de um salário fixo pode enfraquecer o senso de urgência e sacrifício pessoal pela causa, prejudicando a autenticidade do movimento (OLIVEIRA, 2021).

·       Desvinculação com as Bases: Militantes remunerados podem se tornar menos acessíveis às comunidades que representam. A conexão direta com as questões e lutadores da base pode ser comprometida quando a militância é vista como uma profissão, em vez de uma vocação (MELLO, 2022).

·       Instrumentalização da Luta: Quando a militância é cooptada por interesses financeiros, corre-se o risco de a luta por justiça social ser instrumentalizada. Projetos e ações podem ser adaptados para atender exclusivamente às demandas de financiamento, em vez de se concentrarem nas necessidades reais das comunidades (PEREIRA, 2023).

  1. Erosão de Valores: A transformação da militância em uma prática remunerada pode provocar uma erosão dos valores fundamentais de solidariedade e altruísmo que historicamente caracterizaram a esquerda (GOMES, 2024).
  2. Venda à Causa do Opressor: A busca por reconhecimento e apoio financeiro pode levar a um comprometimento das lutas sociais, onde militantes, ao se alinharem com a burguesia, reforçam a estrutura de opressão em vez de combatê-la.

                Militância da Esquerda Brasileira

  1. Fomento à Militância Voluntária: Incentivar práticas de militância voluntária, valorizando o compromisso pessoal e a solidariedade entre os membros. A militância deve ser vista como uma questão de cidadania e não de ocupação profissional.
  2. Fortalecimento das Bases: As ações políticas devem estar sempre ancoradas nas realidades e necessidades das comunidades. É essencial garantir que os militantes estejam conectados e enraizados nas lutas sociais.
  3. Ética e Transparência: Qualquer forma de remuneração na militância deve ser discutida abertamente, com um compromisso claro com a ética e a transparência em relação às fontes de financiamento e seus impactos nas ações militantes.
  4. Educação e Formação Política: Promover programas de formação política que incentivem o entendimento crítico da militância, abordando questões éticas e históricas, e relembrando os valores que guiaram as lutas passadas.
  5. Valorização do Sacrifício Coletivo: Reforçar a importância da luta coletiva e do sacrifício em prol de um bem maior, resgatando a essência da militância que fez história no Brasil.

A militância paga, se não ponderada com cuidado, pode desvirtuar os princípios centrais que fundamentam a luta da esquerda brasileira. A reflexão crítica sobre o passado nos fornece a base necessária para moldar um futuro em que a militância continue a ser uma expressão genuína de compromisso social, solidariedade e luta por justiça. Ao resgatar a essência do ativismo autêntico, poderemos honrar aqueles que deram suas vidas em prol de um Brasil mais justo e igualitário, evitando a armadilha da participação em um jogo político que serve apenas aos interesses da direita neoliberal e da burguesia.

 

Referências

GOMES, A. A erosão dos valores na militância política. Revista Brasileira de Sociologia, v. 45, n. 3, p. 251-267, 2024.

LIMA, R. Militância e luta social no Brasil: história e perspectivas. São Paulo: Editora Brasiliense, 2019.

MELLO, C. Militantes pagos e a desvinculação das bases. Cadernos de Ciências Humanas, v. 27, n. 1, p. 99-114, 2022.

OLIVEIRA, J. A autenticidade da luta na era da profissionalização. Jornal de Estudos Políticos, v. 15, n. 4, p. 83-97, 2021.

PEREIRA, T. Instrumentalização da militância: um perigo à vista. Estudos em Direitos Humanos, v. 10, n. 2, p. 45-59, 2023.

SILVA, F. A luta e o sacrifício: uma análise histórica da militância brasileira. História da Resistência, v. 22, n. 2, p. 113-132, 2020.

 

Por que os explorados votam na direita?

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