A Luta Parlamentar como Arma da Revolução Proletária Segundo Lênin

 

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         A Luta Parlamentar segundo Lênin

No estudo da história das revoluções e da política, um dos grandes debates dentro do movimento comunista foi sobre a participação em eleições e parlamentos burgueses. Vladímir Lênin, líder da Revolução Russa de 1917 e teórico marxista, tratou desse tema em várias obras, principalmente em "Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo" (1920) e "O Estado e a Revolução" (1917).

                                                                                 A Importância da Luta Parlamentar

Para Lênin, mesmo que o parlamento seja controlado pela burguesia, ele pode ser utilizado pelos comunistas para divulgar suas ideias e mobilizar a população. Isso significa que os comunistas não devem rejeitar as eleições e os debates nos parlamentos, mas sim usá-los como uma ferramenta de luta revolucionária.

No livro "Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo", Lênin critica aqueles que se recusam a participar das eleições, chamando essa postura de "doença infantil do comunismo". Ele afirma que abandonar completamente o parlamento é um erro, pois os trabalhadores ainda não estão totalmente organizados e precisam ouvir as ideias revolucionárias nos espaços políticos existentes.

                                                                                     O Papel do Parlamento na Revolução

Lênin explica que, embora a democracia burguesa seja limitada e controlada pelos ricos, os comunistas devem usá-la enquanto for útil. Isso significa que:

  • Os comunistas devem disputar eleições, mas sem criar ilusões sobre a possibilidade de transformar o sistema por meio do parlamento.
  • Os parlamentares comunistas devem agir como tribunos revolucionários, denunciando as injustiças do sistema e mostrando ao proletariado a necessidade de uma revolução.
  • O parlamento deve ser usado como meio de organização das massas, preparando-as para mudanças mais profundas.

No livro "O Estado e a Revolução", Lênin afirma que o objetivo final do proletariado não é manter o parlamento burguês, mas sim substituí-lo por uma nova forma de governo baseada nos conselhos de trabalhadores, os sovietes. No entanto, antes de isso ser possível, os comunistas devem utilizar todos os meios disponíveis para educar e mobilizar o proletariado.

           Atuação em Outras Organizações Não Comunistas

Além do parlamento, Lênin também defende que os comunistas participem de sindicatos e outras organizações de trabalhadores, mesmo que sejam controladas por grupos reformistas ou conservadores. Ele explica que essas organizações reúnem milhões de trabalhadores, e é dentro delas que os comunistas devem atuar para conquistar apoio.

Ele critica os comunistas que se recusam a entrar nessas organizações, dizendo que isso significa abandonar os trabalhadores à influência da burguesia. Segundo Lênin, a luta revolucionária precisa ser feita em todos os espaços possíveis, desde o parlamento até os sindicatos e fábricas.


A estratégia de Lênin mostra que a luta política não deve ser limitada a apenas um campo. Embora o parlamento burguês seja um espaço dominado pela elite, ele pode ser usado pelos comunistas como uma ferramenta de propaganda e organização da revolução. Ao mesmo tempo, é essencial atuar diretamente entre os trabalhadores, dentro de sindicatos e outras organizações, para construir uma verdadeira força revolucionária.

Esse pensamento influenciou diversos movimentos comunistas ao longo do século XX e continua sendo debatido nos dias atuais.


LENIN, Vladímir Ilitch. Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo: Uma Tentativa de Análise da Situação Mundial. 3. ed. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2017.

LENIN, Vladímir Ilitch. O Estado e a Revolução: O Que Ensina o Marxismo Sobre o Estado e o Papel do Proletariado na Revolução. 5. ed. São Paulo: Boitempo, 2017.

MANDEL, Ernest. O Significado da Luta Parlamentar para os Marxistas. São Paulo: Editora Sundermann, 2008.

ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. 6. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2012.

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