Limites da Pedagogia de Paulo Freire - Perspectiva do Marxismo-Leninismo e da Revolução Cultural
Limites da Pedagogia de Paulo Freire
Perspectiva do Marxismo-Leninismo e da Revolução Cultural
Por Prof. Marcelo Pacce
A obra de Paulo Freire, notadamente Pedagogia do Oprimido (1968), é um marco no campo da educação latino-americana e mundial. Freire propõe uma pedagogia dialógica, centrada na libertação do oprimido e na superação da educação bancária, estruturada sobre um modelo tradicional autoritário. Contudo, à luz do marxismo-leninismo e da experiência revolucionária que culminou em Revoluções Culturais lideradas pelas massas sob direção comunista, sua pedagogia revela-se limitada e, em alguns aspectos, funcional à manutenção da ordem burguesa. Este artigo apresenta uma crítica à pedagogia freiriana, considerando seus efeitos práticos nas salas de aula do Brasil contemporâneo e sua inadequação frente às necessidades de uma educação verdadeiramente revolucionária.
Freire funda sua proposta educacional sobre uma ética humanista, com forte influência cristã e existencialista, acreditando que a libertação dos oprimidos passa pela conscientização crítica de sua realidade. No entanto, tal consciência, quando desprovida da direção política revolucionária e da tomada do poder, torna-se vulnerável à cooptação institucional. A burguesia não abre mão do poder mediante diálogo: é necessário o confronto direto, organizado, estratégico, como ensina o marxismo-leninismo.
Outro ponto crítico é o construtivismo implícito na pedagogia freiriana. A ideia de que o aluno deve "construir" o conhecimento a partir de sua realidade vivida ignora a desigualdade de acesso ao saber sistematizado e científico. O saber científico, fruto das lutas históricas da humanidade contra a dominação ideológica, não pode ser deixado à deriva do senso comum do educando. A educação transformadora não é espontânea; é dirigida, politizada e organizada. Nesse sentido, cabe ao professor revolucionário não apenas escutar, mas conduzir o aluno à elevação de sua consciência, da percepção cotidiana à crítica totalizante da realidade concreta, fundamentada no materialismo histórico e dialético.
As consequências práticas da política freiriana, aplicada de forma dogmática no sistema educacional brasileiro, também devem ser mencionadas. A ênfase excessiva no "protagonismo do aluno", descolada de um projeto pedagógico estruturado e exigente, tem gerado uma crise de autoridade docente. Professores relatam o aumento da indisciplina, do desrespeito, do deboche e, em muitos casos, da violência física em sala de aula. Essa realidade é agravada pela ausência de consciência dos pais sobre o papel que desempenham na educação de seus filhos. Tal cenário não é meramente social ou moral, mas resultado direto da aplicação de uma pedagogia permissiva, esvaziada de rigor científico, de hierarquia educacional e de perspectiva revolucionária.
Freire também idealiza a cultura popular, sem reconhecer suas contradições. Embora contenha elementos de resistência, a cultura popular também reproduz valores dominantes, patriarcais, religiosos e anticientíficos. Apenas uma Revolução Cultural, entendida como processo pedagógico-político conduzido pelas massas sob direção revolucionária, pode destruir a cultura opressora herdada da sociedade burguesa e construir uma nova cultura proletária, científica e popular.
Além disso, a permanência de Freire dentro dos limites da democracia liberal impede que sua proposta pedagógica rompa com as estruturas de dominação do Estado burguês. Seu projeto de conscientização se inscreve dentro da lógica reformista, acreditando que a escola pode ser instrumento de libertação sem confrontar diretamente a estrutura de poder que a sustenta.
A pedagogia de Paulo Freire, embora tenha contribuído para denunciar o caráter opressor da educação tradicional, carece de ferramentas políticas e filosóficas para efetivar uma educação realmente libertadora. A proposta freiriana, ao desconsiderar o papel da direção comunista, da organização das massas e da Revolução Cultural como método de transformação, torna-se inócua frente às exigências da luta de classes. A educação, sob o ponto de vista do marxismo-leninismo, não deve formar apenas sujeitos conscientes, mas quadros revolucionários aptos a dirigir e participar da transformação radical da sociedade. Sem ruptura com o Estado burguês, sem destruição da cultura opressora e sem tomada do poder político, não há pedagogia que liberte.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.
MAO, Tsé-Tung. Sobre a Prática e Sobre a Contradição. São Paulo: Centauro, 2004.
LENIN, Vladimir. O Que Fazer?. São Paulo: Hucitec, 1988.
ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
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