Vivemos em uma era marcada pela desigualdade e pela injustiça social. No Peru, essas questões se tornaram particularmente agudas no final da década de 1960, desencadeando movimentos que geraram conflitos até os anos 1980 e 1990. Um dos protagonistas desse período foi Abimael Guzmán, professor de filosofia na Universidade Nacional de San Cristóbal de Huamanga (UNSCH) em Ayacucho.
Segundo Degregori (2016), o Sendero Luminoso foi fruto de uma elite intelectual provinciana e mestiça na UNSCH, que se uniu a uma juventude universitária igualmente provinciana e mestiça. Essa combinação de forças levou à formação de uma organização que procurava desafiar o sistema vigente através da luta armada.
Marx nos ensinou que a disputa entre as classes sociais é o motor da história. A burguesia, detentora dos meios de produção, perpetua sua dominação através da exploração dos trabalhadores. É fundamental que reconheçamos essa dinâmica e nos organizemos para superá-la. A luta não é apenas por melhores salários ou condições de trabalho, mas pela abolição completa do sistema capitalista.
Lenin avançou com a ideia de que a transformação da sociedade só seria possível através de um partido vanguarda, disciplinado e consciente. A organização política deve ser rigorosa, capaz de liderar as massas e enfrentar o Estado burguês com determinação. A Revolução de Outubro de 1917 mostrou-nos que é possível derrubar o regime opressor e construir um novo Estado.
Mao Zedong contribuiu significativamente ao adaptar o marxismo-leninismo à realidade da China. Ele enfatizou a importância da aliança entre o proletariado e o campesinato, reconhecendo que a transformação deve considerar as condições específicas de cada país. A Revolução Cultural também nos lembra da necessidade de combater as influências burguesas dentro do próprio movimento, garantindo que o socialismo se mantenha vivo e progressista. Mao também desenvolveu a estratégia da guerra popular prolongada e a tática do cerco da cidade pelo campo, mostrando como as forças revolucionárias podem se fortalecer nas áreas rurais antes de cercar e tomar os centros urbanos.
Gonzalo, com seu pensamento inovador, trouxe uma nova perspectiva para a transformação no Peru e no mundo. Ele destacou a importância da guerra popular prolongada como a única forma de alcançar a verdadeira transformação. Gonzalo argumentou que a luta armada deveria ser conduzida pelas massas, com uma estratégia bem definida e um forte apoio das bases camponesas. Sua visão influenciou não apenas o Sendero Luminoso, mas também inspirou movimentos em todo o mundo a adotar uma postura mais radical e comprometida na luta contra o imperialismo e o capitalismo global.
Apoiando-se na indignação dos moradores de Ayacucho, Guzmán encontrou o suporte necessário para organizar um partido na década de 70. Ele fortaleceu suas bases entre os camponeses e deu origem ao PCP Partido Comunista do Peru (Sendero Luminoso-SL). Guzmán utilizou a educação como um canal de mobilidade social, um instrumento que poderia tanto transformar quanto frustrar as esperanças dos jovens nos Andes peruanos, potencialmente de forma explosiva.
Integrando esses pensamentos, fica claro que a luta pelo socialismo e equidade é, antes de tudo, uma luta pela emancipação de todos os trabalhadores e trabalhadoras. Não podemos aceitar um sistema que enriquece uns poucos à custa da exploração e miséria de muitos. A transformação da sociedade não é apenas um sonho distante, mas uma necessidade urgente para construirmos uma sociedade onde a riqueza seja compartilhada e onde todos possam viver com dignidade.
Para alcançar esse objetivo, é crucial que nos organizemos, educando e mobilizando as massas. Devemos ser firmes em nossos princípios e flexíveis em nossas táticas, sempre adaptando nossa luta às realidades concretas que enfrentamos. Somente através da unidade, disciplina e compromisso com a causa revolucionária poderemos transformar o mundo e garantir uma verdadeira justiça social para todos.
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