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O Natal e os Mitos Egípcios e o Natal e os Mitos do Cristianismo


O Natal e os Mitos Egípcios: Comparação e Influências

Por prof. Marcello

A celebração do Natal, que comemora o nascimento de Jesus Cristo, ocorre tradicionalmente em 25 de dezembro. No entanto, não há evidências bíblicas que confirmem essa data. Muitos pesquisadores apontam que essa escolha pode ter sido influenciada por festivais pagãos, incluindo o culto a Hórus e Osíris no Egito.

Segundo Plutarco (45–125 d.C.), Osíris era uma divindade associada à morte e ressurreição, e seu filho, Hórus, era frequentemente representado como um salvador nas narrativas mitológicas egípcias. A deusa Ísis, mãe de Hórus, era retratada segurando seu filho nos braços, uma imagem muito similar às representações cristãs da Virgem Maria com o menino Jesus (PLUTARCO, Isis e Osíris, c. 120 d.C.).

Além disso, estudiosos como Gerald Massey e Tom Harpur argumentam que o mito do nascimento virginal, a perseguição da criança divina e sua missão de redenção são temas recorrentes tanto no cristianismo quanto nas tradições egípcias (MASSEY, Ancient Egypt: The Light of the World, 1907; HARPUR, The Pagan Christ, 2004).

Elementos Comuns Entre as Narrativas

  1. Nascimento Miraculoso: Hórus teria nascido de Ísis, que foi fertilizada de forma mística após a morte de Osíris, assim como Maria concebeu Jesus pelo Espírito Santo (MASSEY, 1907).
  2. Perseguição ao Salvador: Hórus, assim como Jesus, foi alvo de uma tentativa de assassinato logo após o nascimento (GRAVES, The World's Sixteen Crucified Saviors, 1875).
  3. Morte e Ressurreição: Osíris foi morto e ressuscitou, uma ideia central no cristianismo com a morte e ressurreição de Jesus (PLUTARCO, c. 120 d.C.).

Considerações Finais

Embora haja semelhanças entre as narrativas cristãs e os mitos egípcios, a relação direta entre elas é tema de debate. O cristianismo pode ter absorvido elementos de religiões anteriores, mas cada tradição tem suas especificidades culturais e teológicas. Estudos acadêmicos continuam a analisar essas conexões, e a influência do Egito Antigo no cristianismo permanece um campo aberto para novas pesquisas.

Referências

  • GRAVES, Kersey. The World's Sixteen Crucified Saviors. Boston: Colby & Rich, 1875.
  • HARPUR, Tom. The Pagan Christ: Recovering the Lost Light. Thomas Allen Publishers, 2004.
  • MASSEY, Gerald. Ancient Egypt: The Light of the World. London: T. Fisher Unwin, 1907.
  • PLUTARCO. Isis e Osíris. c. 120 d.C.

Desvios no Espiritismo Brasileiro-PROJETO KARDEC I


 

Allan Kardec possuía uma abordagem que poderia ser considerada crítica à religião instituída, mas não à religião em sua essência. Ele acreditava que os dogmas e práticas rígidas das religiões organizadas (especialmente o catolicismo, no contexto da época) muitas vezes distorciam a verdadeira espiritualidade e impediam a evolução moral dos indivíduos.

Kardec via a religião como algo que deveria ser racional, moralizante e libertador, ao passo que ele criticava as igrejas tradicionais por, muitas vezes, serem instrumentos de controle social, explorando as massas com promessas de salvação e punição baseadas em dogmas inflexíveis. Para ele, a verdadeira espiritualidade deveria ser acessível, compreensível e compatível com a razão, sem recorrer a rituais místicos ou práticas de poder que se distorciam dos ensinamentos originais.

Ele acreditava que a ciência e a razão eram essenciais para o entendimento do mundo espiritual, sendo a base da sua proposta espírita. O espiritismo, para Kardec, era uma alternativa mais racional, científica e moral que as religiões tradicionais, pois promovia o autoconhecimento e a evolução pessoal, sem depender de intermediários ou hierarquias eclesiásticas.

Isso se reflete em várias de suas obras, como o "O Livro dos Espíritos", onde ele expressa essas ideias de forma mais explícita, além do "O Evangelho Segundo o Espiritismo", que aborda como os ensinamentos de Jesus podem ser interpretados à luz da moral espírita, deixando de lado as imposições dogmáticas das igrejas.

Allan Kardec não queria fundar uma nova religião. O objetivo dele era criar uma filosofia baseada na ciência e na moral, que buscasse entender os fenômenos espirituais de maneira racional e promover o progresso moral e intelectual da humanidade. Kardec via o Espiritismo como uma doutrina filosófica e científica, não como uma religião institucionalizada com dogmas e rituais rígidos.

Em suas obras, ele constantemente afirma que o Espiritismo não exige uma adesão cega ou ritualística, mas propõe uma nova maneira de entender a espiritualidade e os fenômenos relacionados ao mundo espiritual. Ele acreditava que o Espiritismo deveria ser um conjunto de princípios morais e científicos que permitissem ao ser humano evoluir, ao invés de ser uma nova instituição religiosa. Assim, ele sempre se distanciou da ideia de criar uma nova religião organizada com estrutura e hierarquia semelhantes às religiões tradicionais.

O Espiritismo no Brasil tomou um rumo diferente do que Allan Kardec originalmente imaginou, em grande parte devido à influência das tradições religiosas brasileiras, especialmente o catolicismo. Embora Kardec tenha delineado o espiritismo como uma filosofia racional e científica, no Brasil, o movimento espírita acabou se integrando a várias práticas religiosas e culturais locais, muitas vezes de maneira sincrética.

Alguns fatores principais explicam por que o espiritismo no Brasil se tornou mais religioso e ritualista, assemelhando-se ao catolicismo tradicional:

No Brasil, o kardecismo (ou espiritismo kardecista) é caracterizado por uma ampla diversidade de correntes e vertentes que se desenvolveram ao longo do tempo. Embora todas compartilhem os ensinamentos fundamentais de Allan Kardec, como a reencarnação, a mediunidade e a moral cristã, elas se diferenciam em suas interpretações doutrinárias, ênfases em aspectos da prática espírita e formas de organização.

GOMES, A. L. O espiritismo e a sociedade brasileira: Análises e perspectivas. Brasília: Editora PQR, 2015.

KARDEC, Allan. A Gênese. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.

KARDEC, Allan. Céu e Inferno. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000.

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001.

LIMA, F. L. O espiritismo no Brasil: Rituais e crenças. Rio de Janeiro: Editora ABC, 2008.

MEDEIROS, R. Espiritismo no Brasil: Da formação ao movimento social. São Paulo: Editora XYZ, 2010.

"Como é estranho ser humano nessas horas de partida- Cosas da Vida"

 


Rita Lee in memoriam 

A música Cosas da Vida de Rita Lee  se desenrola com algo profundamente humano na forma como Rita Lee nos guia por um percurso tão íntimo quanto universal. A cada verso, ela parece nos lembrar da inevitabilidade do envelhecimento, daquela estranheza que se instala no peito quando percebemos que o tempo não para – e que nós também não temos como parar com ele.

A picada e a estrada, com suas imagens tão simples, soam como metáforas vivas dos desafios que nos machucam e moldam, das decisões que tomamos mesmo sem saber aonde vão nos levar. Caminhamos, às vezes hesitantes, outras vezes quase correndo, mas sempre carregando as marcas do que ficou para trás. É a jornada que nos define – e não o destino.

Mas então vem a grande avenida, e ela não é só uma promessa. É a vida em sua plenitude, mas também o fim dela, quando finalmente nos confrontamos com o mistério do que está além. A grande avenida é o encontro com o desconhecido, aquele ponto final inevitável que todos tememos, mas que, ao mesmo tempo, carrega uma estranha sensação de alívio.

E é nessa hora, na partida, que a estranheza de ser humano atinge o seu ápice. Como nos despedimos de tudo o que conhecemos, de todas as histórias que construímos? Como encaramos a finitude quando passamos tanto tempo fingindo que ela não existe? Rita não nos oferece respostas ou lições – apenas nos convida a sentir.

A música toma uma tonalidade onírica, quase como um delírio lírico, onde a linha entre o real e o imaginário se dissolve. E no meio disso tudo, surge a sensação de que a vida, apesar de sua dureza, é como um quadro em constante transformação, onde o caos é a única verdade. O fim não é uma linha reta, mas uma curva que se desfaz em cores e formas que se alteram sem parar.

A repetição do refrão "Ah, são coisas da vida" e a indecisão entre ir ou ficar refletem a ambiguidade dos sentimentos humanos e a aceitação das dualidades da existência. Rita Lee, conhecida por sua habilidade de misturar poesia e rock, entrega nesta música uma mensagem que ressoa com a universalidade das experiências humanas, marcada por sua voz característica e interpretação emotiva.

Talvez seja isso que "Cosas da Vida" represente: um retrato honesto daquilo que somos, com todos os seus brilhos e sombras. Um instante de silêncio diante do inevitável, onde a única certeza é que, por mais estranho que seja, ser humano é aceitar que tudo chega ao fim.

By : Prof. Marxcello Crowley


https://open.spotify.com/intl-pt/track/5I9ToztAXrpsRbgVh1H8Lu?si=42a06b68cd374532


https://www.youtube.com/watch?v=rrk0Bi7RwJU

O Caminho de Crowley Sob A Lei da Vontade







            "Faz o que tu quere e haverá de ser o todo da Lei"

 Aleister Crowley, nascido Edward Alexander Crowley em 12 de outubro de 1875, em Leamington Spa, Inglaterra, emerge como uma das figuras mais complexas e controversas do ocultismo moderno. Proveniente de uma educação profundamente cristão-protestante sob a influência da seita Plymouth Brethren, ele desenvolveu, ainda na juventude, uma rejeição visceral à doutrina religiosa que lhe foi imposta. Esse desdém pelo cristianismo convencional moldaria sua busca incessante por sistemas espirituais alternativos, culminando na formulação de uma filosofia própria: o Thelema.

Os Primeiros Anos e o Despertar Ocultista

Crowley ingressou no Trinity College, na Universidade de Cambridge, onde inicialmente buscava uma carreira convencional. Contudo, sua fascinação por temas esotéricos e experiências espirituais o levou a abandonar os estudos formais. Foi através de George Cecil Jones que Crowley entrou na Ordem Hermética do Amanhecer Dourado (Hermetic Order of the Golden Dawn) em 1898. Essa sociedade secreta, que congregava intelectuais, místicos e artistas, tornou-se o berço de seu aprendizado em magia ritual, cabala, alquimia e astrologia. Apesar de seu rápido progresso dentro da hierarquia da Golden Dawn, a ordem enfrentou divisões internas que culminaram em seu desmembramento em 1900.

Não satisfeito com as limitações do sistema ocidental, Crowley embarcou em uma jornada pelo Oriente, onde estudou disciplinas como o Yoga e outras práticas místicas. Essa fusão entre o misticismo oriental e as tradições ocultistas ocidentais constituiria o cerne de sua abordagem espiritual.

O Livro da Lei e o Nascimento do Thelema

Em 1904, durante uma viagem ao Egito com sua esposa Rose Kelly, Crowley vivenciou um episódio que definiria sua vida e legado. Rose entrou em trânse e proclamou que o deus egípcio Horus tentava se comunicar com Crowley. Ao seguirem suas instruções, encontraram no Museu Boulak, no Cairo, uma representação de Horus associada ao número 666, uma conexão que Crowley interpretou como uma confirmação divina de sua missão.

Nos dias subsequentes, Crowley escreveu o "Liber AL vel Legis" (O Livro da Lei), ditado por uma entidade chamada Aiwass. O texto apresentava a Lei de Thelema, sintetizada na máxima: “Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei. O amor é a lei, amor sob vontade.” Essa revelação marcou o início da Era de Horus, uma nova fase espiritual para a humanidade.

Fundando Novas Ordens e Expansão do Thelema

Determinado a institucionalizar seus ensinamentos, Crowley fundou a ordem A.’.’. A.’.’. (Astrum Argentium) em 1906, juntamente com George Cecil Jones. Essa organização buscava dar continuidade ao legado da Golden Dawn, agora reformulado sob os princípios de Thelema. Mais tarde, em 1910, Crowley se associou à Ordo Templi Orientis (O.T.O.), uma ordem iniciática alemã, reformulando seus rituais e direcionando-a para a promoção global de sua filosofia.

O impacto de Crowley não se restringiu ao esoterismo. Suas ideias influenciaram movimentos artísticos e filosóficos, bem como a emergência de contraculturas no século XX. Entre seus muitos escritos, destacam-se tratados sobre magia prática, poesia e comentários ao Livro da Lei, consolidando seu papel como um dos maiores expoentes do ocultismo moderno.

Controvérsias e Legado

Apelidado de “O Homem Mais Perverso do Mundo” pela imprensa sensacionalista de sua época, Crowley foi alvo de críticas não apenas por suas práticas não ortodoxas, mas também por seu comportamento desafiador e antiético aos padrões morais vigentes. Contudo, seu trabalho transcendeu tais controvérsias, influenciando desde as práticas da Wicca até o movimento da Nova Era.

Aleister Crowley faleceu em 1º de dezembro de 1947, em Hastings, Inglaterra. Ainda hoje, suas ideias vivem através das ordens A.’.’. A.’.’. e O.T.O., bem como nos numerosos seguidores e estudiosos do Thelema, que continuam a expandir os limites do conhecimento espiritual e místico. A Lei de Thelema, em toda a sua complexidade e profundidade, permanece um convite ao autoconhecimento e à realização da verdadeira vontade.

A causa exata da morte de Aleister Crowley não é completamente clara, mas acredita-se que ele tenha morrido devido a complicações de várias condições de saúde, incluindo problemas cardíacos, insuficiência respiratória e problemas relacionados ao uso excessivo de drogas e álcool ao longo de sua vida. Ele estava sofrendo de uma série de enfermidades, como bronquite crônica e problemas renais, que se agravaram nos últimos anos de sua vida, contribuindo para o seu falecimento.

Aleister Crowley, embora fosse uma figura complexa, com opiniões sobre política e sociedade que variavam ao longo de sua vida, teve uma abordagem crítica em relação a diversas ideologias, incluindo o nazismo e o comunismo.



Crítica ao Nazismo: Crowley foi um crítico aberto do nazismo, especialmente da ideologia de Adolf Hitler. Ele considerava o nazismo uma forma de autoritarismo, com elementos de culto à personalidade e controle totalitário que ele rejeitava. Crowley via o regime nazista como um obstáculo à liberdade individual e à expressão criativa, que eram centrais em suas próprias crenças. Sua oposição ao nazismo se alinhava com seu desapreço pela opressão e controle, mesmo que, como muitos, não tenha demonstrado uma compreensão profunda dos detalhes da política internacional da época

Crítica ao Comunismo: Por outro lado, Crowley também criticou o comunismo, particularmente sob a ótica marxista-leninista, chamando-o de "cacarejante" em alguns de seus escritos. Ele se opunha ao que via como a falta de liberdade individual dentro de sistemas coletivistas e centralizadores, como o comunismo soviético. Para Crowley, a ênfase no indivíduo e na liberdade pessoal era fundamental, algo que ele acreditava ser incompatível com regimes que impusessem uma ideologia única a todos. Seu próprio sistema filosófico, a "Thelema", valorizava a liberdade de vontade e a autossuficiência, o que tornava o comunismo e o autoritarismo um alvo de suas críticas.

Crowley, em sua visão de mundo, via tanto o nazismo quanto o comunismo como formas de controle que, de alguma maneira, suprimiam a expressão individual, algo que ele via como essencial para a verdadeira liberdade. No entanto, sua crítica era mais centrada nas implicações autoritárias de ambos os regimes do que em uma análise profunda de suas propostas econômicas ou sociais.

Sua abordagem política, portanto, reflete sua visão de que a liberdade individual e a autoexpressão não devem ser sacrificadas por qualquer ideologia, seja de direita ou de esquerda.

          "Amor é a Lei, mas amor sob vontade"



Referências:

  • CROWLEY, Aleister. O Livro da Lei (Liber AL vel Legis). 1904.

    • O "Liber AL vel Legis" foi, de fato, escrito por Aleister Crowley em 1904 e é a obra central de sua filosofia, Thelema. Essa referência é correta.
  • CROWLEY, Aleister. Magia em Teoria e Prática. 1929.

    • A obra "Magick in Theory and Practice" foi escrita por Crowley e publicada em 1929. A tradução para o português é de fato intitulada "Magia em Teoria e Prática". Esta referência também está correta.
  • HESS, William. Aleister Crowley: A Besta 666. Teitan Press, 1997.

    • Este livro, escrito por William Hess, realmente existe e é uma biografia de Crowley. No entanto, não posso garantir a data de publicação exata, pois a Teitan Press tem várias edições de obras de Crowley. A obra é legítima, mas verifique a edição específica para mais detalhes.
  • O’NEILL, Peter. O Paranormal e o Ocultismo na Obra de Aleister Crowley. Aquarian Press, 2000.

    • A obra de Peter O'Neill intitulada "The Paranormal and the Occult in the Work of Aleister Crowley" existe, mas o título exato pode variar dependendo da tradução. Não encontrei uma tradução específica para o português com esse título exato, portanto a referência pode não ser totalmente precisa.
    • HAY, David. O Legado de Crowley: Uma Reavaliação Moderna da Influência de Aleister Crowley na Espiritualidade e na Cultura Contemporân
  • A Propaganda Imperialista Contra os Comunistas do Sendero Luminoso em "Guerrilha Sem Face"

                                 A Propaganda Imperialista em "Guerrilha Sem Face"

           


    https://www.youtube.com/watch?v=Pb6WearXp4M&pp=ygUSZ3VlcnJpbGhhIHNlbSBmYWNl



    O filme Guerrilha Sem Face: Sendero Luminoso e o Governo Fujimori apresenta uma narrativa que não passa de uma ferramenta de propaganda do inimigo, construída sob a ótica das classes dominantes e do imperialismo. A obra busca deturpar a história do Sendero Luminoso, movimento revolucionário que mudou com coragem e determinação as ditaduras sanguinárias que marcaram o Peru, culminando no regime fascista de Alberto Fujimori.

    O Sendero Luminoso, liderado pelo Presidente Gonzalo (Abimael Guzmán), foi uma resposta histórica às condições de exploração brutais impostas ao proletariado e ao campesinato indígena. Num país onde o racismo estrutural e o serviço moderno condenam a maior parte do sofrimento, o Sendero se caracteriza como uma força de vanguarda, denunciando o sistema opressor e propondo a construção de uma nova sociedade socialista.

    Enquanto isso, Fujimori governava com mão de ferro, patrocinando massacres, desaparecimentos e torturas em nome de uma suposta estabilidade. Este regime, financiado e apoiado pelas potências imperialistas, simboliza o verdadeiro terrorismo: o de Estado. A máquina de propaganda do imperialismo, da qual o filme é parte, apresenta a luta revolucionária como mera violência irracional, ocultando as raízes profundas do conflito – a exploração capitalista, a miséria e o colonialismo interno que oprimiam os povos do Peru.

    Ainda que o Sendero tenha cometido erros táticos e enfrentado desafios em sua relação com as massas, sua luta foi uma expressão legítima da revolta popular contra décadas de ditaduras e servidão. A narrativa do filme tenta apagar essa verdade histórica, promovendo uma visão deformada que atende aos interesses das elites peruanas e de seus aliados imperialistas.

    É fundamental que uma classe revolucionária analise criticamente as produções como essa, regularizando-as como armas do inimigo para desmoralizar e dividir os movimentos populares. O Sendero Luminoso permanece como um exemplo de resistência à opressão capitalista e ao fascismo, inspirando a luta pelo socialismo em todo o mundo. Como ensinou o Presidente Gonzalo, é nas contradições que se forja o avanço revolucionário.

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